quinta-feira, 22 de julho de 2010

RESUMO CRÍTICO – CINEMA PARADISO

Trata-se de um trabalho acadêmico para a disciplina de História da Comunicação. Aconselho a vocês não copiarem, mas caso necessitem fazer um resumo desse filme, esse trabalho pode lhes servir de guia.

Cinema Paradiso é uma obra de ficção com abordagem a história do cinema de forma romântica, ganhadora de muitos prêmios de cinema internacional, trata-se de uma história passada em Giancaldo (Sicília – Itália) e mostra várias fases do cinema (Do pós-mudo até o contemporâneo da época em que se passa o filme). Em relação a historia propriamente dita, objetivo do presente trabalho, notamos que a primeira abordagem do filme em relação ao cinema é a censura desempenhada pelo padre local, cortando as cenas de beijo e com mais sensualidades, vendo os filmes com antecedência. Essas seqüencias são humoristicamente tratadas e a meu ver, muito bem abordadas, com um diálogo praticamente perfeito. São filmes basicamente norte-americanos, a uma época que essa indústria já estava consolidada como a maior no mercado de cinema mundial, pois mesmo em outro continente já se fazia notar tanto na sua produção quanto na influencia sobre outras produções (os famosos pastelões italianos, produções baseadas em ‘western’), que não se fazia presente apenas no cinema, mas na internacionalização na cultura e também na informação, pois também passavam pequenos trechos institucionais de noticias (Salvatore orienta a mãe a pedir indenização por ter visto um pequeno noticiário do governo no cinema). Em seguida podemos perceber uma pequena divisão social no cinema, onde os mais privilegiados assistiam as películas nos camarotes (inclusive cuspindo nos expectadores que estavam embaixo) e reminiscências de Alfredo sobre a época do cinema mudo, e ainda uma exibição de um filme de Chaplin, ícone maior dessa época. Findando a primeira parte, o cinema estava completamente lotado e as pessoas rogavam que Alfredo desse um jeito de passar o filme para eles, o que ele faz posicionando um espelho translúcido que mandou a imagem para a sacada da casa do padre, e talvez por esse espelho ter aumentado a temperatura na lente do projetor, o filme pegou fogo causando um terrível acidente, fazendo o filme pegar fogo. Na segunda parte do cinema, após o incêndio acidental que vitimou a visão de Alfredo, causado pelas películas de material muito inflamável, as reformas o deixaram mais moderno em termos de instalações e equipamentos, onde o pequeno Salvatore começou a trabalhar como projecionista sob a orientação e companhia de Alfredo, que já não podia mais trabalhar por motivos óbvios. Após um salto temporal, vemos a modernização das películas que já não pegavam mais fogo facilmente, exibição de filmes musicais e uma possível democratização dos equipamentos, uma vez que Salvatore era um jovem de condição financeira baixa e mesmo assim possuía uma pequena filmadora de 16mm, que projetava os filmes também no cinema, mostrando a capacidade dos equipamentos em transmitir películas de diversos formatos. Podemos ver, nesse ínterim que todos os filmes exibidos tanto na primeira parte como na segunda são dublados, apesar de serem todas produções estadunidenses. Com a ampliação do negocio, foi aberta mais uma sala de cinema, em zona mais rural, todavia, só havia uma cópia de filme para ser exibido nas duas salas, com uma deficiência logística que exigia um deslocamento alucinado de transporte entre essas salas e atrasos eventuais que geravam protestos extremados da platéia, principalmente das classes mais altas que tiveram seus camarotes ampliados e com mais luxo. No decorrer da trama, com a chegada do verão os novos equipamentos permitiam uma exibição ao ar livre, já com um sistema de cores e som mais aperfeiçoado, lotavam as sessões noturnas de pessoas que iam assistir até mesmo de barco. Após isso mais uma vez é feito um audacioso salto temporal onde Salvatore aparece com idade já madura, em reminiscências de sua infância e juventude na pequena cidade e seu amigo Alfredo, com quem cultivou uma belíssima relação. Ele retorna a Giancaldo para o enterro de seu amigo, passando na frente do Paradiso e o vendo fechado e abandonado, sendo esse fato explicado pelo Napolitano (ex-dono do cinema) como uma conseqüência das novas formas de entretenimento proporcionadas pelo mundo moderno (televisão, vídeo cassete, ...) o que retrata a crise mundial que o cinema passou nos anos 60-70, que teve como exponentes contornadores os filmes Love Story e The Godfather. Podemos ver ainda uma visita que Salvatore faz ao cinema antes da demolição, onde pode-se perceber um cartaz de filme pornô (que sempre retrata a ultima tentativa desesperada de atrair publico, nos cinemas) e a completa depredação do Cinema Paradiso. O filme termina com uma cena emocionante do presente que Alfredo deixou para Salvatore, uma coletânea de todos os beijos censurados pelo padre reunidos em um filme, como uma simples, mas imensamente sentimental recordação de amor e carinho entre dois amigos. A obra foi belamente executada, sendo o diretor Giuseppe Tornatore mostrando-se um grande diretor aos olhos do mundo (O filme foi bastante premiado) e que inspirou-se muito na escola de Fellini (outro grande sentimentalista cineasta italiano). A forma de aprendizado, remetida a visualização desse filme foi extremamente satisfatória na minha opinião.

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