sábado, 6 de novembro de 2010

Eleições 2010

Oi pessoal.

Até que enfim tive um tempo de vir aqui comentar alguns pontos de vistas sobre os fatos das campanhas eleitorais que tiveram desfechos no ultimo dia 31/10 (segundo tuno) e do dia 3/10 (primeiro turno), respectivamente.

O primeiro ponto a ressaltar é que embora o primeiro turno influa muito no segundo turno, são processos, campanhas eleitorais e estratégias diferentes, por isso vou comentar em partes.

Primeiro turno no processo nacional: Os candidatos a presidência em geral eram todos muito fracos de carisma e argumentação, a prova disso foram os debates de baixo nível, onde nao se discutiam programas de governo, e sim, se atacavam mutuamente. Pra voces terem idéia o ÚNICO candidato a disponibilizar um programa de governo no site de campanha foi Eymael. Como o debate de idéias nao ocorreu, Marina Silva, por manter uma postura mais respeitosa em relação a seus adversários e ser firme a linha eco-ambiental que a deu musculatura para a campanha nacional foi a candidata que apresentou maior crescimento durante a campanha. Contaram a favor também o apoio de vários artistas e principalmente a identificação de grande numero de brasileiros com ela: Uma mulher negra, de infância pobre, de sobrenome Silva, que conseguiu estudar e progredir na vida. Um legado de luta e princípios, aliando na sua campanha muita ética. Foi a melhor campanha do primeiro turno, na minha opinião, e com certeza a grande vitoriosa do pleito.
A campanha do PT, da atual presidenta eleita Dilma Roussef, foi pautada na fabricação de uma candidata sorridente, simpática e bonita, que recebeu além desses dotes a alcunha de "fantoche" de Lula, e daí mesmo, por incrível que pareça, é que advinha sua força eleitoral. A "mãe do PAC" começou o ano em grande desvantagem em relação a Serra e Aécio Neves (o PSDB demorou a definir o candidato) , teve uma subida vertiginosa, e, uma perda igualmente vertiginosa de votos para Marina, o que acabou decretando o segundo turno. Dilma parecia não ter força de vontade própria e usou e abusou da popularidade de Lula, para crescer rápido e bater o combalido Serra na preferencia do eleitorado, porém, o fato dela ser filha de um búlgaro e ter tido uma militância conturbada na época da ditadura subtrairam pontos dela em relação a Marina, que como explicado anteriormente tinha uma identidade muito maior com o povo brasileiro. O interessante é que foram votos de mesma natureza, com origem no PT, como as duas tinham. No segundo turno pelo que vimos, a grande maioria dos votos de Marina foram para Dilma, porque elas refletem o posicionamento de esquerda a esquerda radical que formata a identidade do PT e de suas "crias".
A campanha de Serra foi conturbada desde o início. Os índices de popularidade superiores (argumento do PSDB paulista) em relação a Aécio Neves mascararam uma outra realidade: A rejeição absurdamente alta e a posição de despeito de São Paulo em relação à grande massa nordestina do país. Nossa região é a de maior quantidade de votos no país, e isso deveria ter sido avaliado na pressão que os paulistas fizeram para lançar Serra ao invés de Aécio. Serra é intelectual e acredita firmemente nas convicções de governo do PSDB paulista, em absurda consonância com o neo-liberalismo, coisa que evidentemente, não funcionou no Brasil e deixou sequelas profundas como a privatização da Vale e da Telebrás. Somem a isso, a falta de carisma natural e os percalços de campanha, e principalmente, a falha da estratégia comunicativa absurda, onde chegaram ao ponto de veicular a imagem dele junto da de Lula. Tem um eleitorado cativo natural (em torno de 30%) decorrente ainda da simpatia pelos outros centros proximos a São Paulo com as políticas do partido dele naquele estado, onde teem uma aprovação impressionante.

Essa foi a análise do primeiro turno, assim que tiver com um pouco mais de paciência e coragem, falarei do segundo turno e do primeiro e segundo turno na esfera estadual.

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