quarta-feira, 6 de julho de 2011

Arquétipos

A série apresentada de Arquétipos, representa a "desmontagem" da criação nos moldes de ficção, que pode servir para animação, RPG, e pasmem, publicidade. Para temperar um pouco a dificuldade, resolvi criar um enredo a partir da primeira coisa que me viesse à cabeça no dia posterior à decisão de criar a história; Inclusive, no dia da própria criação, publiquei aqui o que viria a ser o primeiro esboço de personalidade do herói, Haziel. Aqui apresentarei a mesma história mais organizada, personagem por personagem, arquetipados.

Arquétipo: Herói
Personagem: Haziel
Andando em meio à chuva fina, com sua capa de frio um pouco puída, Dietmar Hoeckner pensava na vida... Não estavam sendo dias muito fáceis. Nascido em 09/10/1984, ele via chegar os seus 26 anos e não estava satisfeito com o que conseguira até então. Seu pai, ídolo e maior motivador havia morrido em 2000, deixando-o com apenas 16 anos na época, a cuidar da sua mãe já doente de câncer de mama, que, posteriormente em 2002 a mataria, deixando-o com apenas 18 anos e mais nenhum parente próximo em sua vida (seus avós e tios há muito tinham morrido) e uma pensão do governo para manter-se, desde que estivesse estudando um curso superior, o que ele trata rapidamente de fazer. Começa engenharia elétrica e apesar de tudo ainda se mostra um prodígio, talentoso, irreverente, provocador e arrogante, a faculdade o fez descobrir seu potencial e ocupar a mente, tal que em 2006, então com 22 anos, ele saíra da faculdade formado, e, por conseqüência, sem mais a pensão do governo que tinha lhe sustentado até então. Começou uma carreira brilhante em uma empresa conceituada de automóveis, mas, a partir de janeiro de 2007 sente uma estranha sensação de estar perdendo sua inteligência... e a decadência veio, forte, pesada, triste. A casa seria tomada pelo banco, como sendo o único bem, por empréstimos que ele fez ao longo do tempo (2007-2010) para poder comer. A rotina de vagar pelas noites de Munique inicia, olhando os lixos dos restaurantes, onde havia comida a se vencer naquele dia, de modo que não morreria de fome... Viu algumas antigas namoradas passarem sem nem notá-lo... Viu antigos amigos freqüentando aqueles lugares que outrora, ele também freqüentou... Pelo menos, não tinha como piorar muito, e, afinal em dois dias seria seu aniversário, e ele poderia usar sua roupa mais bonita e ir no oktober fest que iniciaria logo mais, beber de graça e quem sabe, arrumar alguma garota. Ele se encaminha para sua “casa”, depósito de lixo plástico nos subúrbios de Munique, atrás de uma sucata abandonada, onde ele construiu  uma moradia que ele gostava de ficar, pois ali, era alguém, era o dono.
Eis que ao vagar perto do Olympiastadium, um pensamento inquietante e pertinente toma de assalto sua mente:
“Dignidade, caráter e personalidade. Quantas vezes ouvimos falar sobre isso? Eu digo que menos que o necessário. A atual sociedade mundial tenta sair de um buraco que ela própria cavou; valores deformados pela ganância que atinge a todos nos instintos mais egoístas, fazendo a grande massa esquecer (ou nunca aprender) o que nos faz humanos é a capacidade de racionalizar esses instintos, essas vontades, e pensar num mundo mais igualitário e justo.




É fácil ser corrupto e saciar as vontades imperativas do corpo e da mente enquanto fecha-se a porta e apaga-se a luz ao povo lá fora da sua casa. Não falo apenas dos políticos, nem dos poderosos em geral, falo sim, de uma corrupção ainda mais vil e atroz, que se instalou e cresceu dentro dessa sociedade, e que não tem perspectivas de melhora. O maldito ‘jeitinho’ e seus derivados. O que era uma forma criativa de contornar problemas virou uma prática vil de usurpar o direito à cidadania dos outros.




O meu espírito belicoso (traço do clan) manda racionalmente a mensagem: Encontrar e Punir os responsáveis. Infelizmente essa luta eu não posso fazer sozinho. A punição para essa ignorância é o conhecimento; para investigá-la, infelizmente não preciso fazer esforço, basta sair na rua.




Então por aqui, na minha mente, venho fazer um chamado, uma convocação. Preciso de guerreiros em extinção; experimentados, sofridos, privados, perseguidos e muitas vezes, por trazer uma mensagem de iluminação mental, escrachados pela ignorância da maioria. Não me apresento como general dessa armada, mas como soldado mais voluntarioso. É de guerreiros assim que precisamos:




Nobre sem dinheiro, com saúde desgastada, os olhos embotados de tristeza e dor. Amatreirado pelas circunstâncias, cansado, fraco. Empunhando com coragem as armas que lhe restam; elas também estão gastas, já não são tão afiadas como dantes. Mas a convicção não para, o sentimento não para. Os valores que lhe foram ensinados pelos grandes homens e mulheres permanecem, fortes, luminosos, como única luz no fim do túnel. Esses valores remontam sua percepção sobre o que é realmente importante; Quanto mais se apega a isso, mais digno fica; Esses mesmos valores denotam seu caráter; apesar de lutar contra sua natureza emotiva as saudades despertam dores horrorosas e lancinantes, as lágrimas brotam em seus olhos. Foi tudo por esses valores; foram lutas de seus ancestrais de sangue, de amigos, de grandes mulheres. Tudo somado à natureza belicosa de sua personalidade: Está aí um inimigo que a ignorância e mediocridade jamais irão vencer! Lutará contra a maldade apegado as suas convicções e sentimentos até que a morte o impeça, mesmo que nada mais valha a pena.




Não se pode impedir a natureza de quem nasceu pra lutar. Que venham e se juntem os nobres solitários de todo o mundo; e que a luta não seja banalizada.




Pai, nada foi em vão, tudo foi lição.”
E logo ele percebeu que o seu pensamento ecoava no ar como grito amplificado por um grande aparelho sonoro... E viu brotar a luz em sua vestimenta, que imediatamente muda de cor... E sentiu a forte energia percorrendo o seu corpo, e, a iluminação clareando sua mente. Fecha os olhos por um instante... Quando os abre, não é mais apenas um mendigo.
Nasce HAZIEL, que tem justiça de virtude, luxúria de defeito, e, muita coragem no coração. Brotam lágrimas de felicidade nos olhos, agradecendo a Deus que lhe tenha escolhido... Determinado, começa imediatamente a fazer as tarefas que lhe foram designadas.
Haziel é filho de Raphael o arcanjo que cura, com a demônio capital Occhia (inveja).

Arquétipo: Mentor
Personagem: Abemahel
Um anjo Querubim (tipo mais poderoso na história) que tem como virtude a coragem e como defeito o egoísmo. Mentor de Haziel, não passa de uma criança de dois anos de idade (querubins só encaram próximo dos ciclos apocalípticos), tem muito da personalidade de seu receptáculo, inclusive o mesmo nome (Abemahel = Vladimir em aramaico). Sua natureza querubim, aparentemente frágil e indefeso, é um de seus maiores trunfos, pois leva um adversário a subestimá-lo inicialmente. Tem o poder de matar outros seres (inclusive anjos e demônios) apenas com o desejo.
Cenário: Apocalipse
Classe: Querubim
Encontro com Haziel: “... Após chocante revelação de sua natureza, Dietmar, agora Haziel, caminha pela rua deserta em meio aos escombros, quando vê perto dos destroços, a pequena criança loira, de cabelos cacheados e lindos olhos azuis escuros, de pé e vestido com roupas sujas. A voz é de criança, mas sua fala é surpreendente, triste e profunda: “-Haziel, você está atrasado... Mataram pessoas aqui.”

Arquétipo: Sombra
Personagem: Lúcifer
Dos tempos iniciais das criações, onde só haviam Deus e seus anjos magníficos, Lúcifer era o mais belo e forte dos arcanjos. Incapaz de compreender a outra criação de seu pai, os seres humanos, os quais considerava macacos sem pêlo, rebeldes, arrogantes e desordeiros, discutiu com seu pai (deus) os efeitos danosos daqueles novos seres que ele criara, e que aparentemente, seus anjos deveriam servi-los. Deus explicou-lhe que os humanos eram versões com defeitos, livre-arbitrio e sem o poder das criaturas celestes, e que estes deveriam ocupar a terra, mas uma vez que a terra era linda, maravilhosa e farta, Lucifer começou a sentir inveja e ódio dos humanos, achando-os indignos de ocupar aquele paraíso. Secretamente, Lúcifer começou a ir a terra, humilhar, estuprar e matar os humanos disfarçado como tal, até que um dia, por Aketel, deus fica sabendo da conduta de Lúcifer e o expulsou do paraíso, rejeitando-o como filho. Lúcifer se considerava perfeito, lindo e forte, verdadeiramente magnificente e detentor por direito do universo; Então alguns de seus irmãos, decidiram acompanhá-lo a sua nova jornada.
Tilda: Menestrel e amante de Lúcifer;
Lúcida: Menestrel, Filha de Lúcifer com Tilda;
Licaton: Arcanjo armeiro que desenvolve controle das doenças;
Herr: Arcanjo, frio, calculista e mortal, amigo de Lúcifer;
Poncius: Arcanjo impuro, filho de Lúcifer com Helena, uma humana, suas asas tem coloração dourada.
Vale lembrar que ele começa a forjar demônios a partir das almas rejeitadas pelos céus e que ficavam vagando pelo mundo inferior.
Classe: Archangel
Virtude: Magnificência.
Defeito: Inveja.
Cenário: Apocalipse.
Na história, Lúcifer começa a procurar Haziel (pré-destinado a enfrentar e morrer contra Lúcifer, porém deixando-o ferido para que Miguel o mate) a partir do nascimento dos querubins (data que marcaria dois anos até o apocalipse). Lúcifer é dinamarquês, 1,93m, olhos gelados cinza, e voz de barítono. O cabelo também loiro acinzentado, no corpulento anjo de 35 anos, no momento de sua revelação.

Arquétipo: Camaleoa
Personagem: Luxúria

Ruiva, olhos mel, pele branca com sardinhas, 1,70m de pura volúpia e perdição. Luxúria é uma criatura no mínimo curiosa: Aos olhos do céu ela é uma Menestrel (filha legítima de Uriel com uma prostituta humana) e aos olhos do inferno, é uma dos sete demônios capitais (Luxúria, Gulos, Ávarus, Lazar, Írion, Occhia, Arrogant) que a faz uma personagem fugaz e perturbada, porém eficientemente mortal quando guiada por um dos lados. Ela demonstra a virtude do sexo em prazer, como a habilidade sagrada feminina de gerar vida no ventre, com amor, e gerar prazer com esse mesmo propósito e fim, geralmente age desse modo após alguma conversa com Uriel ou outro Archangel liro (bom), pode provocar as mais belas emoções que existem entre um macho e uma fêmea apenas a partir de sua presença. Sua forma humana é natural da Itália, região de Florença.
Seu lado maligno advém da sua mãe, descendente direta de Cain (nesse caso aqui, também o primeiro vampiro, uma vez que bebeu o sangue de Abel e a partir disso, não pode mais viver de outra coisa, sendo condenado à danação sem descanso) e foi uma prostituta que alimentava sua alma a ver a desgraça dos homens e mulheres. Era capaz de fornicar até provocar a morte do parceiro (a), foi a inventora da felação, sexo anal, zoofilia e demais formas bizarras e violentas de obter prazer sexual. Luxúria herdou toda a carga de sexualidade de sua mãe, ampliada pelos poderes de anjo (fascinação, dominação e força massiva) e quando orientada por Lúcifer ou Madness (demônio loucura) faz estragos e baixas na linha superior do céu. Acredita-se que apenas querubins podem resistir ao fascínio dela, e mesmo assim, nem todos.
Classe: Menestrel / Demônio Capital
Defeito: Promiscuidade
Virtude: Prazer
Cenário: Apocalipse

Arquétipo: Arauto
Personagem: Gabriel
De tantas anunciações e grande mobilidade, Gabriel é a única criatura que pode se movimentar entre os três planos com tranqüilidade, sendo respeitado por anjos, homens e demônios. Se faz respeitar pela diplomacia herdada de sua mãe, Eva, e pela temperança de seu pai Amitiel. Um Africano marfinense, de maneiras delicadas , 1,88m de altura, num corpo esguio e asas douradas. Sempre movimenta-se com os olhos fechados, abrindo-os apenas para lutar, afinal, de todos os modos ele é um Achangel Liro.
Classe: Archangel
Defeito: Fofoca (Gossip)
Virtude: Diplomacia
Cenário: Apocalipse

Arquétipo: Pícaro
Personagem: Binsfeldus
Um Menestrel que decide virar de lado ao aproximar-se o apocalipse, ele desce aos reinos inferiores e logo é recebido com festa pelo próprio Lúcifer. Binsfeldus tem uma oralidade falácia impressionante e é capaz de convencer qualquer ser de qualquer plano (menos deus) sobre algo que queira, desde que seja-lhe permitido falar, e logo Lucifer descobre que Binsfeldus só tem um lado: O dele. Herdou todo o senso de humor do seu pai (César – Humano/Demônio) com a força de oratória de sua mãe Lívida (Menestrel), com uma certa perversidade e crueldade advindas do “Czar” romano, adjetivo imprescindível ao governar um território de proporções mundiais. Capaz de defender seu ponto de vista até as ultimas e quando revelar a verdade mudá-la de lado, de modo que sempre é vítima. Os Archangel Liros (Virgus e Baliel) estranhamente tem permissão de falar-lhe, apesar da troca de lado, embora, apenas eles possam fazer isso no lado do céu. Binsfeldus é adepto dos prazeres mundanos, festas, orgias, drogas, música e dança, enjoa rápido de qualquer coisa e não mede esforços para satisfazer seus desejos. Cria muita confusão entre o céu, terra e inferno apenas para seu deleite. Binsfeldus nasce Carioca, 1,69m, caboclo, jogador de futebol no Rio de Janeiro. Binsfeldus tem a curiosa filiação de demônio e anjo, porém, ostenta suas asas negras e a princípio falhas com muito orgulho.
Classe: Menestrel
Defeito: Mitomania
Virtude: Criatividade
Cenário: Apocalipse

No final, esse trabalho gerou (junto com Andrew Targino e Camilla Amaral) uma pequena animação em 3D, postada apenas para fins de documentário uma vez que, diferentemente do enredo, não logrou a nota máxima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário