quarta-feira, 25 de abril de 2012

Morte de Véspera

Boa Noite Leitores


O título dessa postagem pode parecer estranho, porém significa realmente isso, sendo do ponto de vista propagandista.

Imagine você, profissional ou estudante, que abraçou ou quer abraçar o ofício de criação propagandista, que tendo criado uma campanha conceitualmente boa, tendo sofrido para levantar informações pertinentes acerca do "cliente", tenha argumentado com seis (6) profissionais de competência comprovada que acreditaram no teu conceito e apresentação de tal forma a aceitarem trabalhar mediante um pagamento condicionado a um sucesso ousado desta campanha (a meta era o mínimo o dobro da campanha anterior), tenha apresentado a campanha ao cliente e escutado elogios em um momento e lamentações posteriores dizendo que já havia fechado com outra agência... é... por incrível que pareça, aconteceu comigo.

Quanto a isso, sinceramente, não fiquei triste ou desapontado, pois de todo modo, provavelmente a campanha não perderia seu ímpeto, validade e identidade com o "cliente", e poderia ser executada nos mesmos termos posteriormente, alcançando ainda os resultados previstos. O que me deixa triste e desapontado é ter que matá-la de véspera, publicando-a antes de executada, retirando seu ineditismo, seu ímpeto e até mesmo sua razão de existir, sem que tenha desenvolvido minimamente seu potencial...

Ética, infelizmente palavra ausente do mercado nacional de propaganda. Já tive usurpada a autoria de uma campanha nacional, feita quando da minha presença numa agência regional e esta, numa ótima oportunidade de  negócio e sem preocupação quanto a um reles "redator Júnior" (eu mesmo), e ao meu ver, também desrespeitando o cliente sob uma desculpa de "ganhar mais qualidade pelo mesmo preço", "vendeu" a conta para uma conceituada agência nacional. E de repente assumem a autoria do meu trabalho tarimbadas carinhas do mercado nacional com suas legiões de seguidores, seus cabelinhos e roupinhas engraçados, enfim, as personificações do "criativo", fabricantes de conceitos e novos messias do século XXI.

Desta vez, não. Estou me salvaguardando contra qualquer medida plagiadora, e, nada pessoal, apenas negócios. Ventilam pequenos "buxixos" ao redor do "cliente" que a campanha desenvolvida por mim e previamente mencionada e suas ações estratégicas, seriam copiadas pelo "cliente" e que eu sequer seria citado nem como "voluntário", e, inclusive, a prática já teria sido feita pelo "cliente" em outra ocasião. Enfim, sem mais delongas, vamos matar logo esse assunto (mesmo que de véspera) e registrar as benditas autorias que salvaguardam futuras cópias (de acordo com as novas regras de registro de autoria, não precisam ter mais aquele símbolo "©", embora ainda exista no rodapé deste blog) de usurpação impune (desde já aviso também que estou preparado para entrar na justiça neste caso). Enfim, vamos a elas.

O "cliente" em questão é uma faculdade, a qual será denominada de "faculdade x", que oferece dois cursos da área humanística, no caso, Direito e Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda.  A faculdade x sempre investiu em campanhas que tentavam valorizar a instituição como um todo. O conceito da campanha desenvolvida por mim é valorizar os cursos, uma vez que apesar de serem da mesma área de conhecimento, têm público alvo bastante diverso, e a faculdade tem pouco tempo de atuação no mercado em relação as suas principais concorrentes, portanto, menos ímpeto de marca. Em uma campanha, sempre inicio pela criação dos vt´s, por serem as peças mais completas de elementos, fornecem subsídios para as outras peças e ações, portanto, apresentarei os dois storyboards de vt´s com duração de 15'', no lugar de um institucional de 30''. 

Na peça direcionada ao curso de publicidade e propaganda o argumento principal é abstrato (transforme seu talento em realidade) e pela música (inicialmente "Brahms Lullaby", a mais famosa canção de ninar de todos os tempos, indica tranquilidade, conforto, beleza, infantilidade e preparação; depois uma música americana dançante dos anos 40 "You’re drive me crazy", indica agitação, ação e divertimento) e pela locução estimula as sensações das pessoas, associando os sons a acontecimentos de lembrança propícia. As imagens também fazem isso, pois, a mão no queixo é sinônimo de pensamento (já imortalizada nas esculturas gregas) a mão na cabeça é sinônimo de exasperação, e a lâmpada nesse contexto é referente a uma boa ideia e uma realização, utilizando sentimentos e sensações do espectador para persuadi-lo. Tem o título de "A Idéia".

Na peça tocante a direito, todos os argumentos são perfeitamente palpáveis e a situação remete a um julgamento entre instituições de ensino superior que lecionam direito. São argumentos próprios, factuais e irrefutáveis, que apelam ao conhecimento prático das pessoas para se configurar como a melhor opção. Simples, direto e com um leve aspecto lúdico – humorístico com identidade forte com a realidade e sem nenhuma referência a chacota, porque afinal, ensino superior é coisa séria e de suma importância. Leva o título de "O Veredicto".



"A Idéia" direcionada aos futuros alunos de Publicidade e Propaganda;



"O Veredicto" direcionada aos futuros alunos de Direito.

Ambas ainda contavam com o uso de alunos selecionados em pit-stops nos principais locais de provas das Universidades Públicas da cidade, falando da satisfação que toma conta de quem é aluno da "faculdade x". Estes alunos ganhariam horas extras de estágio e extensão, e, provavelmente teriam um dia muito agradável fazendo realmente uma festa nestes pit-stops.


P.S.: A apresentação do conceito de campanha para o "cliente" faculdade x, foi, precisamente, no dia 10/10/2011, com duas testemunhas presentes.


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